A partir de agora, as debêntures passarão a ser uma das modalidades possíveis para a concessão de financiamentos pelo banco.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) obteve a anuência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lidar na estruturação, coordenação e distribuição de debêntures, antes o BNDES só tinha autorização para participar das operações de debêntures como investidor.
Segundo a diretora de finanças do BNDES, Bianca Nasser: “A medida faz parte da estratégia do banco de atuar em parceria com o mercado de capitais, alavancando o potencial de impacto dos empréstimos que concede (…) Em vez de concentrar os recursos num único projeto, teremos capacidade de gerar benefícios para um número maior de projetos e de clientes.”
O foco do banco serão as debêntures de infraestrutura, títulos de longo prazo, normalmente acima de 10 anos, e o intuito dessa nova modalidade é aumentar o interesse dos investidores nos papéis que não houver demanda suficiente. Assim, os bancos irão encarteirar um percentual ou a totalidade da operação, garantindo os recursos para a empresa, que poderão carregar os papéis no balanço ou ainda vendê-los no mercado secundário depois de um tempo.
Por fim, Victor Tito, superintendente da área financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, salienta: “É uma forma de convidar o mercado a participar das operações. No formato tradicional, o banco chegava até a afastar essa participação”. Ainda pontua que os ativos serão reciclados de melhor maneira, impulsionando o BNDES a fazer mais com menos capital.
Fonte: Valor.Globo